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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

'CQC' bate 'Pânico na TV' em eleição dos melhores do ano



Mais eclética, impossível. A eleição dos Melhores & Piores de TV Press na categoria Linha de Shows mostra que a pulverização da audiência é uma realidade. Tanto que cinco enissoras podem comemorar suas vitórias por programas que se destacaram positivamente em 2008. E, como se trata de um caminho de mão-dupla, a maioria também acabou lembrada na hora de se definirem os piores do ano.

A grande surpresa de 2008 é, sem dúvida, o desempenho do CQC - Custe o que Custar, da Band. A proposta inicialmente parecia fraca, mas a irreverência de Marcelo Tás e seus colegas uniformizados de terno preto fez com que os rapazes saíssem como os grandes vitoriosos no quesito Produção Humorística. E com todos os méritos, já que nem um editor de jornal ou portal sequer deu seu voto a outra produção humorística quando a disputa era pelo melhor do ano. Pelo visto, é o fim da "Era Pânico na TV", em referência ao programa antes premiado por dois anos consecutivos da Rede TV!.

Como em votações passadas, alguns programas se mantêm intactos em seu posto. Seja na melhor ou na pior posição. Altas Horas venceu pelo segunda vez consecutiva a "loucura, loucura, loucura" que Luciano Huck faz no palco de seu Caldeirão na categoria Programa de Auditório. Assim como as piadas ultrapassadas e gastas dos antigos A Turma do Didi e A Praça É Nossa mantiveram os dois como os piores em suas respectivas categorias, Produção Infantil e Produção Humorística.

Por falar em humor, a Globo arrebata também, pela segunda vez seguida, a transmissão do Momento Bizarro de 2008. Desta vez, a escolhida foi a jornalista Zileide Silva, que parecia não se entender com equipe e com os aparelhos eletrônicos do estúdio do Jornal Hoje de 7 de junho. Mas ela não está sozinha.

Contratado da Record, Dado Dolabella também foi presenteado com um dos prêmios. Mas o de Mala Pesada do ano. Pudera. Depois de ser indiciado por uma suposta agressão à camareira de sua então namorada, Luana Piovani, e ter a imagem exibida em todos os jornais e TVs por conta disso, já era de se esperar. Coincidência ou não, tem tudo a ver com seu atual papel. Em Chamas da Vida, o ator interpreta o bad boy Antônio, que já chegou a passar algumas temporadas atrás das grades. Nesse caso, a ficção pode ter servido de laboratório para a vida real.

Produção Humorística
Melhor: CQC - Custe o que Custar
Humor incontestável
A Band pode ter falhado em várias categorias do prêmio, mas faturou a única unanimidade. Cabe ao CQC - Custe o que Custar o título de melhor Produção Humorística, numa votação surpreendente. As tiradas cômicas e o jeito inusitado de criticar a política, o esporte e a sociedade dos sete homens de preto brasileiros arrebatou os votos de todos os críticos e jornalistas convidados na eleição. Não sobrou unzinho sequer que lembrasse os tempos de glória do já desgastado Pânico na TV, vencedor do ano passado. Ou de qualquer outro programa.

Pior: A Praça É Nossa 2º pior: Show do Tom
Fórmula ultrapassada
O único humorístico nacional do SBT já ensaia ganhar "banco cativo" na votação dos Melhores & Piores de TV Press. Pelo segundo ano consecutivo, as piadas antigas do A Praça É Nossa caíram no lugar-comum e renderam ao programa o título de Pior Produção Humorística de 2008. Diante do resultado, parece que não adianta mesmo insistir em quadros antiquados e que se limitem a fazer graça com problemas políticos e sociais brasileiros sem trazer qualquer modernização ou agilidade às cenas. Produção Infantil
Melhor: Vila Sésamo
2º melhor: Sábado Animado
O valor da tradição
Apesar da votação apertada, a turma do Garibaldo levou a melhor e faturou para Vila Sésamo o título de Melhor Produção Infantil de 2008. Sucesso em mais de 100 países, a versão nacional, produzida em parceria entre a TV Cultura e a Sesame Workshop conseguiu superar a pequena Maisa Silva e seu Sábado Animado, do SBT. Mérito da fórmula clássica de aliar conteúdo educativo com entretenimento. Na tela, as crianças não só se divertem, mas também aprendem a assimilar números, letras, sons e cores. É a prova de que nem tudo que é antigo não se enquadra nos padrões atuais de sociabilidade, diversidade cultural, tolerância e outros valores que pouco aparecem na programação infantil das emissoras.

Pior: A Turma do Didi
2º pior: Bom Dia & Companhia
Circo de horrores
É incontestável o espaço que Renato Aragão ocupa na história da televisão brasileira. Mas é bem verdade que o sucesso que o seu Didi Mocó e os outros Trapalhões faziam já se perdeu há tempos. O humorista ainda insiste em manter as piadas ultrapassadas e, algumas vezes, sem propósito, que só servem para que A Turma do Didi, da Globo, seja eleito a Pior Produção Infantil de 2008. O resultado, igual ao do ano anterior, só comprova que o programa já entrou na grade da Globo com formato ultrapassado. E, com o passar dos anos, conseguiu se superar na falta de originalidade e de assuntos que realmente interessem às crianças.

Desenho Animado
Melhor: Pica-pau
2º melhor: Andy e seu Esquilo
Velho em forma
Já era de se esperar que o fenômeno Pica-pau se estendesse à premiação Melhores & Piores de TV Press. Não foram poucas as vezes que a risada estridente do personagem animado rendeu audiência surpreendente à Record e chegou a assustar a equipe de Malhação, na Globo. No ar de segunda a sábado, quase sempre garante a vice-liderança isolada e mostra que, apesar dos 68 anos de idade, o desenho se mantém em grande forma para enfrentar a concorrência.

Pior: Yin Yang Yo
2º pior: Jackie Chan
Sem noção
A dupla de coelhos gêmeos de Yin Yang Yo, da Globo, não agradou aos eleitores do Melhores & Piores de TV Press. Com texto arrastado e personagens pra lá de estranhos, a animação ganhou com folga o título de Pior Desenho Animado de 2008. Nem mesmo as discussões do casal de irmãos "fofinhos", que lembram demais os "arranca-rabos" dos divertidos Bart e Lisa, do consagrado Os Simpsons, conseguiram evitar a indesejável vitória.

Programa de Auditório
Melhor: Altas Horas
2º melhor: Caldeirão do Huck
Alegria dos insones
Nem mesmo o horário ingrato para a TV aberta tirou o Altas Horas, da Globo, do posto de Melhor Programa de Auditório do ano. Sua segunda vitória consecutiva mostra que a proposta de Serginho Groisman, de garantir a suposta "vida inteligente" na madrugada, funciona. Mérito do apresentador, que além de dar voz aos jovens, abre espaço para artistas que nem sempre encontram as portas abertas na indústria da TV. O reforço proveitoso da sexóloga Laura Müller esclarecendo dúvidas do público deixou o programa ainda mais jovem.

Pior: SuperPop
2º pior: Domingo Legal
Apologia à baixaria
O tempo passa e Luciana Gimenez não se cansa de expor seus convidados ao ridículo no palco do seu SuperPop, da Rede TV!. Talvez por isso tenha de se contentar com o título de pior Programa de Auditório do ano. Também, pudera.

Ao longo de 2008 a apresentadora colecionou momentos bizarros e oportunidades não aproveitadas de ficar calada. Como recentemente, quando ao contar com uma convidada que era vítima da tragédia das chuvas de Santa Catarina, passou boa parte do tempo tentando convencê-la a se tornar modelo. Não era a hora para isso. Sem falar nos deprimentes desfiles que exibe. É rir para não chorar.

Programa de Competição ou Reality-Show
Melhor: Big Brother Brasil 8
2º melhor: Troca de Família
Amor e intrigas
Apesar de ficar um pouco apagado na eleição do ano passado, parece que os eleitores resolveram dar uma espiadinha no Big Brother Brasil 8, da Globo. E, pelo resultado, o material agradou. A sucessão de intrigas e os "surtos" do psicanalista Marcelo renderam ao grupo o título de melhor "Programa de Competição ou Reality-show". Mesmo com os chatíssimos textos ensaiados do apresentador Pedro Bial e o festival de baixarias que os confinados aprontaram. Não é à toa que a emissora já se prepara para estrear, no início de janeiro, a nona edição do programa.

Pior: Dr. Hollywood
2º pior: Nada Além da Verdade
Colcha de retalhos humanos
Dr. Hollywood, da Rede TV!, foge mesmo aos padrões. Não bastasse tratar um médico como celebridade, a exploração exagerada da estética está longe demais da função educativa que a TV deveria carregar. É verdade que as cirurgias plásticas já fazem parte do cotidiano de alguns telespectadores. Mas talvez seja "over" mostrar detalhes de procedimentos cirúrgicos que, camuflados na idéia de informar, podem influenciar a decisão de pessoas que se encontram do outro lado da tela.

Seriados importados
Melhor: Ugly Betty
2º melhor: Heroes
Vitória bonita
A velha fórmula da mocinha desajeitada ainda tem seu público. Pelo menos é isso que mostra a eleição do Melhor Seriado Importado da TV aberta. A vitória de Ugly Betty, do SBT, pode inclusive ser melhor aproveitada por sua concorrente Record. A emissora já trabalha em cima da adaptação nacional da bem-sucedida no exterior e também por aqui Betty, A Feia, telenovela colombiana que inspirou a série.

Pior: Hanna Montana
2º pior: Eu, a Patroa e as Crianças
Tapa-buraco
Cheia de piadas clichês e elementos que faziam parte dos seriados no passado - como as risadinhas irritantes pré-gravadas, Hanna Montana é mais uma tentativa fajuta de pegar carona nos musicais de sucesso. E, por isso mesmo, não é surpresa quando os personagens começam a cantar sem propósito nos episódios. O único grande acerto da série é a aproximação com o estilo "teen". Mas isso não foi suficiente para livrá-la do título de Pior Seriado Importado de 2008.

Momento Bizarro de 2008
A jornalista Zileide Silva, durante uma apresentação do Jornal Hoje. Além de cometer diversos erros consecutivos, não conseguiu disfarçar o nervosismo, olhando para os lados.
Sucessão de equívocos
Mais uma vez, o Momento Bizarro do ano fica com uma transmissão da Globo. Na edição de 7 de junho do Jornal Hoje, a apresentadora Zileide Silva levou a pior e, depois de um suposto erro no teleprompter - equipamento acoplado às câmaras que exibe o texto a ser lido -, se deu mal ao longo de todo o telejornal.

Zileide anunciou matérias que não foram exibidas em seqüência e chegou a informar o horário errado, confundindo 13:39 h com 13:30 h. Bizarras mesmo foram as expressões "vamos tentar" e "gente, não dá", que a jornalista soltou ao se dar conta de que não sabia para qual câmara olhar.

Mala Pesada 2008
Dado Dolabella e sua briga pública com a ex-namorada, Luana Piovani.
Chatice passional
Que Dado Dolabella é propício a confusões, isso já é certo desde que o rapaz "quebrou o pau" - ou melhor, a mesa - ao vivo no programa de João Gordo, na MTV. Mas acompanhado de sua ex-namorada, Luana Piovani, Dado se superou. Conseguiu não só aparecer em todos os programas de TV em um vídeo onde supostamente agride uma camareira da moça, ser indiciado pelo ocorrido e, de quebra, faturar o prêmio de Mala Pesada de 2008. Pena que o título venha em fase tão boa para a carreira de ator do moço, já que sua performance como o "bad boy" Antônio em Chamas da Vida não deixa a desejar.

(terra)

4 comentários:

Anônimo disse...

Fico contente com o CQC, relamente merecem, o pânico na tv me parece um humor brega e não sabem respeitar as pessoas. Ta parecendo o programa do ratinho. Que felizmente passou pra melhor.Premio mesmo é para o publico brasileiro que sabe dar valor ao que merece. Espero que as redes de televisão se liguem. E o Faustão, já passou da hora dele também.

Eduardo disse...

Olha, eu não concordo nem um pouco.
O objetivo de um programa de humor não é fazer rir?Então, dou muito mais risadas com o Pânico do que com o CQC.
CQC é moda para pseudo-intelectuais que se acham inteligentes só porque assistem CQC.
Eu não odeio o CQC, eu odeio os fãs que acham que esses dois programas são rivais.SÃO PROGRAMAS DIFERENTES!!!!!

Esquilo disse...

Porque "O melhor programa de humor" é o único que não tem dois programas?
Todos tem dois piores e dois melhores.
Esse prêmio foi feito só pra promover o CQC.

Anônimo disse...

CQC♥